Dr. Samir Daher – Víncero
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Dr. Samir Daher

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Apresentação

Considerado uma das maiores autoridades em medicina do exercício e do esporte no País, Samir Daher possui mais de 25 anos de carreira. Graduado em 1992 pela Faculdade de Medicina do ABC, o especialista se interessou pelos exercícios físicos como medida de promoção de saúde quando ainda era estudante. “Me lembro de um professor falando sobre a importância de se praticar exercícios físicos, mas não falava onde fazer. Aquilo me despertou curiosidade, como interligar o sistema de saúde ao sistema de fitness”, conta.


Trajetória Profissional

Em 1993, recém-formado, tornou-se Tenente-médico do 2º Batalhão da Polícia do Exército, sendo responsável pela gestão médica de mais de 1,5 mil pessoas. “Vivíamos situações que iam desde um desfile de 7 de setembro até treinamentos no meio da mata. Era necessário ter um plano para qualquer imprevisto médico e assim descobri minha vocação para gestão e logística de processos. Essa experiência foi muito válida para grandes oportunidades que viriam, como a Maratona de São Paulo, Confederação Brasileira de Handebol, Brasil Open de Tênis, Jogos Pan-Americanos do Rio e a Víncero”, conta.

Em 1996, concluiu a residência médica em Ortopedia e Traumatologia pelo Hospital do Servidor Público Estadual – SP (HSPE) e formou-se especialista em Ortopedia pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Depois disso, cursou pós-graduação em medicina do esporte pela Universidade de São Paulo (USP), em 1997, e se especializou pela Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. Finalizou sua graduação na especialidade, pela Universidade de Toronto/Canadá, em 2000.

Assim que voltou ao Brasil, Daher viveu uma intensa ascensão profissional de modo que se dividiu entre diversos grandes cargos, boa parte deles simultaneamente. Foi diretor médico da Confederação Brasileira de Handebol, membro médico do Comitê Olímpico Internacional, pela Federação Internacional de Handebol, coordenador do Departamento médico da Maratona Internacional de São Paulo e diretor médico do torneio da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), o Brasil Open de Tênis. Destaca-se ainda suas atuações como coordenador médico do Riocentro nos Jogos Pan-Americanos de 2007, presidente Sociedade Paulista de Medicina Desportiva e da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, médico da Divisão de Prevenção do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual e médico do time de futebol São Caetano, aquele que encantou o País no começo dos anos 2000, inclusive conquistando o vice-campeonato da Libertadores da América.

Como diretor médico da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), Daher participou de diversos campeonatos mundiais, campeonatos Sul-Americanos e Pan-Americanos. “Muitos eventos eram fora do País, então era preciso buscar parcerias de instituições para ter apoio em caso de qualquer imprevisto, de qualquer lesão ou necessidade de remoções. Havia também a questão das refeições em países com cultura diferente, com necessidade de adaptar a alimentação da equipe, além dos cuidados com o doping. Tudo isso demandava um cronograma logístico e um plano de contingência de emergência altamente detalhado, o que envolvia um relacionamento interpessoal e um conhecimento do funcionamento das instituições locais aprofundados. Foi uma experiência riquíssima e transformadora”, afirma o médico.

Outro projeto marcante neste período foi o campeonato mundial organizado pela CBHb no Brasil, em 2003, para o qual Daher foi designado como o diretor médico geral. “Eram 18 países e cada um vinha com sua necessidade, não só dos atletas, mas da delegação. Foi bastante intenso”, diz. Já em 2004, o médico foi convidado para ser membro do Comitê Olímpico Internacional pela Federação Internacional de Handebol. “Viajei o mundo inteiro discutindo regulamentação e melhores práticas para o esporte. Como profissional, foi uma experiência muito importante para mim”, comemora.

No mesmo ano, surgiu a oportunidade de coordenar o departamento médico do Brasil Open de Tênis, onde na ocasião era o maior torneio da modalidade na América do Sul, organizado pela ATP. “Me lembro que quando cheguei a demanda era para os atletas, e somente no caso de algum incidente. E essa não é a forma que encaro a medicina do esporte, acho que precisamos ser proativos na prevenção. Então comecei a sugerir mudanças. Expliquei à direção diversos aspectos quanto à segurança não só dos atletas, como também do público. Embora não fosse da minha responsabilidade formal, se houvesse qualquer ocorrência aguda, teríamos de agir. E aí a direção passou a apoiar algumas medidas que, para nossa surpresa, posteriormente foram aplicadas em outros países sede”, conta.

Outro destaque da experiência na ATP foi a convivência e o reconhecimento de grandes atletas. “Nossas práticas começaram a ser elogiadas pelas equipes de tal modo que o departamento médico do torneio começou a ser visto como um lugar de destaque. Foram muitos acontecimentos marcantes, mas não posso deixar de mencionar um encontro com o Rafael Nadal, um atleta extremamente focado. Para minha surpresa, em sua primeira passagem pelo Brasil, em 2004, seu staff me procurou para conversar sobre a saúde do atleta, se a alimentação que ele fazia estava adequada, questionavam aspectos de prevenção de lesões e medicamentos, o que era ou não correto, conveniente. A partir daí iniciamos uma relação muito bacana de troca de conhecimento. Dado seu comprometimento e simplicidade, não é à toa que o Nadal chegou onde chegou”, diz.

Nesta época, Samir Daher também trabalhou como coordenador do departamento médico da Maratona Internacional de São Paulo. De acordo com o especialista, foi ali que conseguiu, pela primeira vez, implementar integralmente seus métodos de gestão em medicina do exercício e do esporte. “Quando começamos, percebemos que muitas informações importantes sobre os competidores não eram registradas e documentadas. Então levamos uma equipe para fazer uma análise epidemiológica para identificar o perfil dos atletas. Foi aí que descobrimos que 70% desses corredores não tinham qualquer orientação de profissionais da área de saúde e eram justamente estes que sofriam lesão no meio do caminho ou não concluíam a prova e precisavam de acompanhamento médico”, conta.

De acordo com o especialista, esse estudo ajudou a atrair patrocinadores, reduzir os custos da prova, e aumentar a performance dos atletas. “Com os dados sabíamos quais e quantos medicamentos seriam necessários, a quantidade e tipo de alimentos que eram indicados para consumo durante a prova, quais seriam as lesões mais comuns e qual seria a estrutura necessária para o pronto atendimento, entre muitos outros pontos. Então houve ganho para o atleta e para a empresa organizadora. Além disso, após a prova, tínhamos uma base de dados bastante rica e interessante para empresas de diversos segmentos. Ou seja, a medicina do exercício foi aplicada como ferramenta de inteligência de negócio. Construímos a ponte, o elo. Nascia ali o DNA da Víncero”.

Em meio a intensa experiência na maratona e no handebol, Samir Daher cursou e concluiu seu MBA em Gestão para Executivos de Negócios, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Dois anos depois, assumiu a presidência da Sociedade Paulista de Medicina Desportiva, cargo que ocupou por dois mandatos, até 2008. “Foi um período muito rico, pois consegui colocar a teoria na prática. Enquanto aprendia na FGV, vivia a medicina do exercício e do esporte por completo, desde o atleta até os gestores e empresas”, afirma.

O especialista acrescenta que os resultados na SPAMDE foram muito positivos. “Vínhamos de um congresso com um baixo número de inscritos e o desafio era fazer a sociedade crescer novamente. Terminamos a gestão com um congresso com quase 500 participantes, sendo que 80% eram médicos. Acredito que esse resultado se deu por meio de um trabalho forte de divulgação dessa nova forma de se enxergar e praticar a medicina do exercício”, avalia.

Ainda em 2007, viveu outra grande experiência profissional: a coordenação médica do Riocentro nos Jogos Pan-Americanos. “Eram mais de 5,5 mil atletas vindos de mais de 42 países, cerca de 20 mil voluntários que trabalhavam no local, fora os milhares de visitantes diários. Eu contava com uma equipe de aproximadamente 300 profissionais por dia, sendo que eles eram substituídos a cada 3 dias. Então o plano tinha que ser repassado sempre. Foram 20 dias, das 7 da manhã até à meia noite. Foi muito intenso e nada podia dar errado. Felizmente, não deu”, relembra o médico.

Logo que voltou do Pan, Samir Daher foi convidado a participar da Divisão de Prevenção do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe) para desenvolver um programa de exercício físico com objetivo de promoção de saúde e cuidados com a saúde primária dos pacientes. “Criamos um programa com baixo custo e alta resolutividade, composto essencialmente por recursos humanos e um ambiente de uma academia. Trata-se de um projeto que realiza de forma sistemática o exercício físico como parte integrante da terapia médica”, explica. “O paciente é atendido pelo especialista em medicina do esporte, que indica o melhor exercício, de acordo com a necessidade individual. Em seguida é encaminhado ao profissional da educação física, que prescreve o exercício mais adequado, seguindo a recomendação médica. A partir daí, o paciente vai para o setor de academia, onde se exercita com supervisão deste professor”, pontua.

Apesar do apoio que recebeu da direção do hospital, havia a necessidade de provar em números a eficiência do projeto. Foi aí que, em 2010, iniciou uma profunda pesquisa junto a um público de 100 idosos sedentários, sendo que uma parte realizou atividade física supervisionada e outra permaneceu sedentária. Quase dois anos depois, a conclusão foi que a atividade física supervisionada aplicada a idosos sedentários colaborou para a redução do número de visitas ao pronto socorro, internações, tempo de permanência internado, realização de exames de maior complexidade e cirurgias, bem como melhorou a qualidade de vida desses indivíduos. Tudo isso, claro, quando comparados a idosos sedentários, com as mesmas características. A tese lhe garantiu apoio do hospital e, já em 2016, o título de mestre em ciências da saúde pela mesma instituição.

“Já realizamos mais de 7 mil atendimentos médicos e quase 4 mil prescrições de exercício físico ao longo de quase 5 anos. Desenvolvemos projetos específicos para o público idoso, indivíduos obesos, com osteoartrose de joelho, para citar alguns exemplos”, afirma o médico. Os resultados expressivos viabilizaram a criação do Serviço de Medicina do Exercício e do Esporte e a abertura da Residência Médica da especialidade. “A ideia agora é reproduzir o projeto em larga escala e em outros centros, além de criar situações que motivem o paciente a praticar exercício físico fora do hospital. Por essa razão, as parcerias com as academias e os clubes esportivos são de suma importância, afinal é por meio delas que ocorre a descentralização do programa. A meta é implementá-lo em todo o estado de São Paulo”, conclui o especialista, que inclusive permanece como diretor do Iamspe até hoje.

Em meio a sua atuação no hospital, eis que surgiu outra grande oportunidade: a presidência da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBMEE). “Desenvolvemos um planejamento intenso cujo foco era resgatar os associados. Entre 2013 e 2015, felizmente, fomos de 150 para 650 associados e nosso congresso chegou a ter 1,3 mil participantes. Além disso, conseguimos trazer ao Brasil o Dr. Kenneth Cooper, médico norte-americano criador do método homônimo, para uma caminhada e uma série de eventos. Foi extremamente gratificante”, conta.

Para alcançar esse resultado, evidentemente, o trabalho foi árduo. “Foi preciso resgatar o interesse dos médicos pelo assunto novamente. Nesse sentido, investimos pesado na comunicação do conceito do exercício físico na promoção de saúde e na criação de conteúdos relevantes, com o objetivo de criar engajamento”, conta. “Aos poucos as coisas foram acontecendo. Creio que essa gestão da Sociedade Brasileira consolidou o conceito da medicina do exercício como terapia médica, e não apenas como ferramenta direcionada ao esporte de alto rendimento. Senti que o sistema de saúde e o mercado corporativo tinham total interesse nesse conceito e nós tivemos um apoio muito grande. E aí as coisas avançaram”, avalia.

No meio de 2015 – já nos últimos meses de sua gestão à frente da SBMEE – Samir Daher assumiu a diretoria médica do Esporte Clube Pinheiros – instituição de expressão internacional e tradicional celeiro de atletas olímpicos brasileiros. Nos jogos de 2016, por exemplo três medalhas vieram do Pinheiros. “Trata-se de um clube com cerca de 39 mil sócios e 1.100 atletas que utilizam diariamente as dependências do clube. A operação de atendimento é gigantesca. É como administrar uma cidade”, finaliza.

Daher conta que quando chegou ao clube a organização do departamento médico estava muito distante da ideal. “Não havia prontuário do atleta organizado e, com isso, não existiam estatísticas de atendimento. Faltava a coordenação do médico do esporte que pudesse orientar o departamento a se organizar para registrar os diagnósticos dos atendimentos por modalidades, exames, cirurgias e todos os procedimentos, além da integração com a fisioterapia, nutrição, psicologia e o próprio esporte. Lesões, demora para o atendimento, recuperação dos atletas e falta de gestão financeira eram alguns dos problemas mais latentes. Nesse período, claro, o clube precisava manter os atendimentos aos atletas em dia. Então foi necessário um choque de gestão, com implementação de uma nova filosofia que abordasse todos os 120 funcionários do departamento médico, sem que a estrutura parasse”, relembra.

O médico explica que, dentro desse cenário, a solução encontrada foi buscar a normatização do Conselho Federal de Medicina. “As exigências do CFM serviram como guia, como passo a passo acerca do que precisava ser feito para a reconstrução de um departamento de saúde eficiente. Então iniciamos as mudanças: contratamos médicos, padronizamos o atendimento, organizamos e integramos as equipes de fisioterapia, nutrição, psicologia. As consultas só poderiam ser realizadas com agendamento e instituímos o prontuário eletrônico. Construímos uma nova estrutura física para o departamento, buscamos parceiros para realização de cirurgias e exames e hoje está tudo mais organizado. Contando parece que foi fácil, mas foi um trabalho de formiga”, revela.

Aos poucos, a gestão otimizou os recursos financeiros e melhorou a segurança e integridade física dos atletas, que se lesionam menos e se recuperam mais rápido. “O conceito da medicina do exercício e do esporte aplicado para fins terapêuticos, preventivos e educativos com uma gestão eficiente gerou melhores condições de saúde aos atletas e naturalmente os resultados aconteceram. Por exemplo, no segundo semestre de 2017, tanto a equipe de natação como a de handebol ganharam todas as competições que disputaram. O basquete também teve um dos melhores resultados dos últimos tempos. Mas é importante lembrar que o departamento médico não é o único responsável. Toda a estrutura do clube abraçou o novo projeto de reorganização para que, na ponta, o atleta tenha condições de exercer plenamente seu potencial”, explica.

Já em 2016 – com mais de duas décadas de carreira – Samir Daher fundou a Víncero, empresa especializada em soluções customizadas em medicina do exercício para instituições de diversos segmentos, entre elas operadoras de saúde, hospitais, academias, marcas esportivas, corporações e indústrias. “Sempre acreditei que a medicina do exercício poderia mudar a vida das pessoas e das empresas. Com o passar dos anos e depois de tantas experiências, descobri os caminhos, a forma de construir as pontes que interligam os agentes envolvidos. A Víncero é isso, ela engaja as pessoas e cria condições logísticas para a prática periódica de exercícios físicos e transforma essa prática em indicadores que evidenciam a eficiência da solução para a estratégia e gestão de negócio do cliente”, finaliza.

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